quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Mapas de anamorfose

Os mapas de anamorfose ou a anamorfose geográfica são mapas temáticos com distorções de áreas propositais para poder revelar algum fenômeno do espaço geográfico. 

Pode ser de qualquer escala de percepção: local, regional ou global. Ela apenas serve para facilitar a comunicação. 


Você lembra que um mapa é a linguagem da geográfica. Certo ? Então no mapa de anamorfose, apenas com o aspecto visual, o receptor deve ser capaz de traduzir a mensagem. 


Se ligo?


Olha esse exemplo do mapa político e do mapa da população brasileira por estado em 2017:


(F: autor)

O que você identifica ao olhar a imagem ?


Descreva abaixo. E quais os outros você conhece ou quais você pode fazer. Compartilhe sua ideia aqui, desenhe seu mapa de a-n-a-m-o-r-f-o-s-e.


(Por CYPRIANO, K.M.P.)


quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

A escala cartográfica

O mapa é a própria linguagem da geografia. É o meio onde duas ou mais pessoas se comunicam com elementos do espaço geográfico.


Mas para existir uma boa comunicação no mapa são necessários alguns elementos para maior entendimento. Tais como um título; legenda; escala; fontes e orientação.


escala cartográfica é um dos elementos de grande importância, uma vez que é inviável mapear uma região no seu tamanho real. Assim ela pode ser definida como uma relação de proporção matemática entre a distância no mapa (d) e a distância real (D). Será, normalmente, uma redução da realidade para adequar ao objetivo da mensagem cartografada. Ainda cabe recordar que esta pode ser expressa tanto numericamente (E=d/D) quanto graficamente (régua tracejada).


Sabendo disso, a questão fica mais fácil de ser resolvida e você poderá confeccionar mais facilmente seus mapas. 


Segue o link para gabarito comentado Enem 2018 sobre a escala cartográfica utilizando a escala numérica: https://youtu.be/5lK8FHt0IMI


Por  CYPRIANO, K. M. C.


quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

O Continente Americano

Se liga na regionalização, na estrutura geológica e nas zonas climáticas do continente americano:

1) O continente americano

1)   Primeiro, a regionalização dos continentes mundiais. Regionalizar é dividir um espaço para melhor administrá-lo. Há diversas regionalizações em diferentes escalas, mundo ocidental e oriental, as divisões administrativas do Brasil, etc. Assim, considerando diferentes critérios, obteremos diferentes regionalizações. Uma delas são as divisões por continentes. 

 

Um continente é uma porção bem extensa de terra emersa e envolvida por água, portanto essa divisão é feita com critérios físicos ou naturais. São reconhecidas seis porções de terras na superfície terrestre: África, América, Antártica, Ásia, Europa e Oceania.

 

O continente americano (Fonte: autor)

O continente americano, especificamente, será o de maior latitude dos demais. Possuirá características físicas peculiares e culturas próprias das quais sairão outras regionalizações.

 

América e suas regionalizações

 

Por critério cultural, teremos:

 

América latina – São os países de cultura latina, da latitude americana pareada a região de lácio italiana ao sul de terras contínuas. São em maioria falantes de línguas oriundas do latim. Há uma abordagem socioeconômica designada a representar este conjunto como os países ditos subdesenvolvidos. Seriam os locais onde existem maiores contrastes sociais e maiores índices de pobreza do continente. Destacam-se ainda por terem heranças coloniais semelhantes, enquanto foram colônias de exploração.

 

América anglo-saxônica – São em maioria anglófonos e tiveram uma colonização diferente, chamada de povoamento. Ainda obtiveram um desenvolvimento econômico deferente dos demais países americanos, considerados de maior desenvolvimento.

 

Por localização:

 

América do Sul: Argentina, Chile, Uruguai, Brasil, Paraguai, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guina Francesa.

 

América Central – Guatemala, Belize, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá e Antilhas.

 

América do Norte – México, Estados Unidos da América e Canadá.

 

Por característica físicas:

 

América Andina – Países que fazem parte da Cordilheira dos Andes, um dos dobramento modernos de maiores elevações.

 

América Platina – Países consideravelmente banhados pela bacia do rio prata, são eles a Argentina, o Uruguai e o Paraguai.

 

América ístmica – É a América central considerados somente os países continentais. Observe que o istmo é um pequeno pedaço de terra que une outras duas maiores, no caso, liga entre a América do Sul e a do Norte.

 

2) Estrutura geológica

2)     Para compreendermos as formas das terras na superfície terrestre, precisamos entender a estrutura desse relevo. Isto é sua origem e evolução ao quadro atual. Temos três tipos: os escudos cristalinos formados há mais de 600 milhões de anos no período pré-cambriano, são regiões rebaixadas gradativamente, possui partes longe das bordas das placas tectônicas nas Américas do Sul e na do Norte. Locais mais rebaixados, as bacias sedimentares são as regiões de maiores deposições de sedimentos minerais e orgânicos. Já os dobramentos modernos são de formação geológica recente há cerca de 65 milhões de anos. São os locais onde apresentam-se as maiores formações rochosas da atualidade, destacam-se a cordilheira dos Andes, as montanhas Rochosas na América.


 3) Zonas Climáticas

3)   Em terceiro e último momento entenderemos as zonas climáticas. De acordo com os movimentos de rotação e translação do planeta Terra na espaço sideral, o formato semelhante a uma esfera, teremos a delimitação de acordo com as latitudes de diferentes regiões recebedoras de quantidades e qualidade de radiação solar.

 

Na região com raios solares atingindo-a perpendicularmente grande parte do ano, sendo a mais quente do globo, temos a faixa ao redor da Linha do Equador até aprox. 23° S e 23° N caracterizada como a Zona Intertropical. Mais ao sul e ao norte desse ponto até aproximadamente 66° Sul e Norte, temos a Zona Temperada com maior equilíbrio entre as estações do ano e mais fria que a anterior. Mais ao sul e ao norte da latitude 66°S/N, até completar os 90°, temos a Zona Glacial Antártica (S) e a Zona Glacial Ártica(N), regiões onde os raios solares chegam com menor intensidade e, portanto, são as mais frias do planeta. Lembre-se que nesta região aparecem áreas em permanente noite e dia por cerca de dois meses do ano.

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EsPCEx 2020 - Modelo E - Questão 30 - Gabarito comentado de Geografia

A questão é mais direta e aborda as características acima estudadas do continente americano.

Estão incorretas:

III -  A condição bioceânica é ter acesso geográfico a dois oceanos. Na América Central Ístmica nem El Salvador – somente para Pacífico, nem Belize – somente para o Atlântico, possuem essa condição.

IV – As zonas climáticas se dividem por latitudes que recebem uma dada quantidade de energia solar. Temos a Zona Glacial Antártica de 90°S até aprox. ao paralelo 66°S (círculo polar antártico) que não atravessa o continente americano. Portanto, nem todas as zonas estão no continente.

Gabarito A
Saiba mais: https://youtu.be/-XeXhEvf4iw

Por: CYPRIANO, K. M. P.

sábado, 12 de dezembro de 2020

Áfricas

 Fome, guerra, exploração: como foi sua formação moderna e o que é o continente africano além disso ?


Em três momentos vamos identificar as relações sociais regionalizadoras da situação do continente africano. Nesse rápido resumo, entenderemos os principais pontos da história, da modernidade colonial e dos desafios da contemporaneidade.  Pega a visão!


Em primeiro momento vale identificarmos o berço da humanidade e o nascimento do nome do continente "África". Sabe-se que o registro de fósseis da espécie humana mais antigos já descobertos, foram encontrados no continente africano. A África mais ancestral, se não a casa do limiar geracional da espécie, foi certamente um lugar mais importante para o gênero "Homo" do qual descendemos.


Uma das etnias principais do continente são os da língua berbere que darão o radical para o nome do continente. Esses viviam no norte africano, no espaço de influência fenícia de Catargo, região outrora destruída pelos romanos. Com isso foram para outra província, a atual Túnis. Sendo estes reconhecidos externamente como habitantes da África (do radical berbere Ifri = rochedo/gruta), por extensão passou a denominar todos os habitantes do continente a noroeste pelos árabes.


Em todo continente africano podemos intuir que existiam diferentes grupos étnicos, alguns antropologicamente conhecidos. Podem ser destacados os balantas, iorubas, bijagós, jejes, manjacos, haussás, mandingas; caracterizados pela região temos os bantos, nagôs, minas, sudaneses, dentre outros. Tinham cada qual seus próprios reinos e impérios relativamente bem delimitados. Cresciam e desenvolviam-se, como o próspero Império Ghana, dentro de suas dinâmicas, tais semelhantes a Wakanda da ficção. Possuíam algumas relações comerciais com árabes e europeus, eram comunidades agrícolas e extrativistas.


O sul permanece nesse dinâmica de desenvolvimento até a expansão mercantil européia, enquanto que o norte passará pela expansão árabe. Adentramos assim na regionalização feita por alguns livros didáticos atuais, classificando duas Áfricas, uma ao norte e outra ao sul do deserto do Saara (uma certa barreira geográfica do território). São também denominadas de África do norte, África branca, África setentrional ou Magheb mais o Egito; e a África ao sul do Saara, África subsaariana ou África negra.


O norte atravessará a expansão colonial árabe, recentemente via império otomano, sobretudo nos séculos VII e VIII, com extensão colonial até a 1°GM. E assim terá maior influência da cultura islâmica. O sul do Saara somente no século XV entrará na dinâmica global pelo expansionismo mercantil e colonial europeu. Sobretudo no Sahel,  orla ao sul do Saara, teremos a integração diaspórica de mão de obra escravizada da região como "periferia da periferia" da DIT( Divisão Internacional do Trabalho) feita por europeus. Eis o começo moderno da diáspora africana de escravizados para a América, Ásia e Europa.


Tornando mais complexas ou acentuando profundidades a antigas estruturas sociais preexistentes, a mercantilização de escravos marca profundamente o período contemporâneo com casos de racismo e desigualdades estruturais. Por exemplo, somente para o Brasil do século XV ao XIX são trazidos nos navios negreiros, em condições insalubres, onde muitos morreriam a caminho, aproximadamente 4 milhões de escravizados de diferentes grupos étnicos africanos. Só estes somam cerca de 40% do total de escravos trazidos para as Américas, em volume e intensidade nunca antes vistos na história humana. Podemos deduzir aprox. 10 milhões na imigração forçada e violenta somente para as Américas. Período marcante da nossa história que ainda vale ser conscientizado posto que mal compreendido e muitas vezes invisibilizado nos livros. 

(Fonte:Slavevoyages.org)

Somente no século XIX teremos eventos modificadores dessa situação. Por um lado teorias racistas na tentativa de justificar o injustificável escravocrata desenvolvida por deterministas raciais europeus e, nas Américas, movimentos abolicionistas nos diversos países escravistas. Soma-se a isso, a revolução industrial alastrando por países um tipo de fabricação diferente na exploração da natureza e gerando uma riqueza fora dos padrões da época. Muitos países passarão a demandar matérias primas, países compradores de produtos manufaturados e uma mão de obra assalariada disposta a comprar seus produtos (um mercado consumidor). Com isso, os momentos se convergem nas mudanças de paradigmas sociais, ao menos em superfície.


Os afrodescendentes sobreviventes a isso nas diversas égides estatais, fizeram uma etnogênese própria nos quilombos e locais de resistência, como os afro-brasileiros. Houve alguma miscigenação fragmentada, contudo ainda hoje prevalecem exclusões em diversos níveis sociais. O que alguns autores têm denominado de racismo estrutural.


Dado isso, vale recordarmos a Conferência de Berlim (1884-85) feita para dividir e criar os estados africanos ao neocolonialismo (ou imperialismo) europeu. Cerca de 13 países europeus sob o comando do chanceler alemão Bismarck, mais os EUA e os otomanos, dividiram a África para si de acordo com o "direito internacional" da época. Direito criado por eles, cabe lembrar, não respeitando as comunidades étnicas das regiões.


Serão construídas então políticas coloniais distintas com estruturas pré-coloniais diversas que legarão configurações regionais singulares. Ainda hoje em conflitos, sistemas sociais precários e em reorganizações instáveis. Teremos estruturas coloniais que marcam o território e deixam heranças sociais excludentes. A parte mais visível foi o regime legal de apartheid sul-africano no século XX, é o próprio racismo oficializado. Segregação racial constituída por lei para distanciar brancos e negros da convivência social no país. Retirando os direitos civis de pessoas negras, que somente foram auferidos em 1994 com a eleição de Nelson Mandela na República da África do Sul.


Em macroanálise, com o fim da 2°GM, teremos um novo ciclo para o continente. Começam a ocorrer rupturas ao padrão colonial "oficial" a partir da década de 1960. São formados os Estado-nações independente africanos, ainda que preservando delimitações territoriais daquela conferência. O que levará a uma constante tensão entre um Estado centralizador versus forças regionais. Como exemplo recente, temos o Sudão dividindo-se no Sudão do Sul. Portanto, há uma instabilidade interna em muitos países dada pelas fronteiras coloniais.


E além disso ?


A partir do século XXI teremos investimentos externos numa perspectiva de desenvolvimento horizontal. Desde a década de 1980, observa-se a China buscando relações ‘amigáveis’ com países africanos. Financiou obras de infraestrutura em diversos países, ultrapassando a atuação do Banco Mundial, por exemplo. Em busca de recursos naturais, matérias-primas (as commodities; petróleo, gás, minérios) e mercado consumidor; a China ganhará destaque a partir do novo milênio em relações comerciais com países africanos, sendo o de maior parcerias comerciais na África a partir de 2009.  Juntos com os países de economia emergentes (como o BRA e IND), ainda a França como ex-colonial investidora e os EUA confrontando a China, aumentam suas relações econômicas no continente. O continente assim expressa-se como reserva de recursos naturais para tipos de subimperialismos contemporâneos.


Nesse sentido, mesmo em recessão global do capitalismo em 2008, o continente africano passou por um bom crescimento econômico neste início do século. Existem alguns centros intermediários, porém, estão em maior evidência por serem polarizadores econômicos e culturais, três países na dianteira africana desse xadrez vestifaliano:


A África do Sul enquanto país de maior desenvolvimento econômico - o coração simbólico da África austral;


A Nigéria a oeste como gigante populacional, de alta exploração petrolífera e de influência a outras áreas ao seu redor;


E o Egito ao norte expressando uma liderança cambaleante, mas mantendo um domínio importante sobre as instalações petrolíferas do canal de Suez.


Por fim, qual será o caminho a seguir do continente ?


Veremos uma diversificação da economia dos diferentes países africanos para diminuir a dependência das exportações de matérias primas ? Será diversificado os investimentos urbanos para desconcentrar o êxodo rural vivenciado nas últimas décadas no continente ? Será este o papel da União Africana (2002)? Será que encaminhamos para dragões africanos como pinta a China ?


Será observado uma consolidação da democracia diferenciada nos países africanos ? Ou será que seguirá a instabilidade democrática dos países ao norte? Esses que após os eventos da primavera árabe (2011) entraram no que tem sido denominado de inverno árabe. Isto é, o retorno de antigos grupos depostos ou novas lideranças ditatoriais no poder.


Ou será superada as heranças coloniais, teremos a feitura de uma filosofia própria africana da multiciplidade de suas culturas que intervenha, responda efetivamente nas nuances complexas do mundo moderno ? 


Um caminho de dentro para fora talvez seja a rota para uma outra globalização. Quais modelos africanos serão incluídos, quais os caminhos alternativos seguir fora do desenvolvimento e "progresso" atuais, seguem sendo incógnitas-viáveis do continente.


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EsPCEx 2020 - Prova de Geografia -  Modelo E - Questão 29 

Gabarito: A

Incorretas:

III – Em sua maioria a população do continente africano vive em ambiente considerados rurais, cerca de 65%. Muitos países enfrentam um êxodo rural acelerado nas últimas décadas o que tem implicado num aumento de periferias nas áreas urbanas.

IV – A conhecida Primavera Árabe(2011) passa por um período de inverno árabe em que outros grupos ditatórias ou os antigos depostos reassumem o poder. É o caso do Egito com a família Al-Sisi que criou cláusulas constitucionais para expandir sua permanência até 2030. Assim, há sintomas autoritários enraizados e retrocessos democráticos nesses países.

Questão comentada: https://youtu.be/tZlHVVP45mA

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Fontes: 

CARTWRIGHT, M. Império de Gana. Disponível em:<<https://www.ancient.eu/trans/pt/1-11778/imperio-de-gana/>> Acesso dia 02 dez. 2020.

MARY, C. P. África: integração e fragmentação. In: HAESBAERT, R. (org). Globalização e fragmentação no mundo contemporâneo. 2ed. Niterói, editora da UFF, 2013.

PALMARES. Diáspora africana. Disponível em:<< http://www.palmares.gov.br/?p=53464 >>Acesso dia 02 dez. 2020.

RANGEL, P. S. Apenas uma questão de cor? As teorias raciais dos séculos XIX e XX. In: Revista Simbiótica. vol.2, n.1, p.12-21. Espírito Santo, jun, 2015.

SARAIVA, J. F. S. A África na ordem internacional do século XXI: mudanças epidérmicas ou ensaios de autonomia decisória. In: Revista brasileira de política internacional. vol.51, n.1, p.84-104. Brasília, 2008.

UNESP. Disponível em: <<http://www2.assis.unesp.br/darwinnobrasil/humanev2b.htm>> Acesso dia 02 dez 2020.

sábado, 14 de novembro de 2020

Eleições Municipais 2020: cuidados necessários

Pega a visão ! 👁️👁️

O processo democrático brasileiro se encontrará em mais um grande momento neste domingo (15/11). Ocorrem as eleições municipais brasileiras de 2020, ainda em meio a pandemia. Então mantenha alguns cuidados quando e se for votar. Abaixo seguem algumas recomendações do Tribunal Superior Eleitoral:

O horário de votação foi ampliado, será das 7h às 17h. 
E das 7 às 10h  será reservado, preferencialmente, para pessoas idosas acima dos 60 anos, respeite;

Mantenha distância de 1 metro de outras pessoas;

Evite contatos com mesários e outras superfícies;

Evite pontos de aglomeração com outras pessoas;

Evite levar acompanhantes;

Álcool em gel (70%) será disponibilizado antes e após a votação para higienização;

Use máscara;

Não será permitido se alimentar, beber ou fazer outras atividades que exijam retirada da máscara nos locais de votação;

Evite colocar mãos nos olhos, boca e/ou nariz;

Leve sua própria caneta para assinar o caderno de votação;

Caso tenha febre e demais sintomas da Covid-19 ou tenha sido diagnosticado com Covid-19 nos últimos 14 dias, justifique posteriormente sua ausência;

Não haverá identificação biométrica, mas apresentação de documento oficial com foto à distância e assinatura do caderno de votação;

Caso exista dúvida de identificação o mesário poderá pedir, após um afastamento de dois passos, um breve abaixar da máscara; 

Exceto na impossibilidade de assinatura, será feito a coleta da impressão digital com uso da almofada para carimbo;

Nas eleições municipais você escolhe apenas dois possíveis representantes, vereador(a) e prefeito(a). Seja rápido e mantenha o fluxo na seção eleitoral;

Caso necessário, solicite o comprovante de votação antes de se dirigir a cabine de votação;

Para agilizar a justificativa em virtude da pandemia, o TSE criou o aplicativo e-Título. Neste app o eleitor poderá justificar sua ausência se estiver fora de seu domicílio eleitoral no dia da votação.  

Caso não tenha acesso a internet e/ou smartphone, deverá justificar em qualquer seção eleitoral.

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Fonte: TSE. Plano de segurança sanitária: eleições municipais de 2020. Brasília, 2020.
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Vote consciente, examine suas preferências e os projetos políticos dos candidatos e de seus partidos. Faça valer seus impostos numa boa administração pública. Tenha um bom voto !

#democracia #Brasil #TSE #vote #seguro #eleiçoes #municipais #pandemia #COVID19

domingo, 8 de novembro de 2020

Bioma Amazônia


O que é Bioma ?

Cabe-nos recordar o conceito de bioma, que pode ser definido como: “amplo conjunto de ecossistemas terrestres, caracterizado por tipos fisionômicos semelhantes de vegetação com diferentes tipos climáticos” (ACIESP,1987). No Brasil temos seis biomas caracterizados pelo IBGE por porcentagem de área do território: Amazônia (49%), Mata Atlântica (13%), Cerrado (24%), Caatinga (10%), Pantanal (2%), Pampas (2%). O bioma Amazônia compreende toda a floresta ecológica amazônica.

Imagem 1: Biomas brasileiras. (IBGE)



 Algumas delimitações e denominações da floresta:

    A maior floresta tropical contínua do mundo se estende por cerca de 50% da superfície da América do Sul, localizando-se em nove países que agrupam-se na denominada de Amazônia continental, internacional, região pan-amazônica (países abrigadores da floresta, hidrografia amazônica conforme um tratado de 1978) ou também conhecida Hiléia (“zona das selvas”). São eles:  Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Brasil (em maior parte). Destaca-se ainda que também pode ser denominada como Paratininga e Paruaçu (em tupi), Guieni (em aruaque), de Mar Dulce, rio Orellana, San Francisco de Quito, Marañon e el rio de las Amazonas.

Imagem 2: Região da pan-amazônia representando as modificações no bioma de 1985 a 2018.(Mapbiomas, 2020)

        Já a chamada Amazônia brasileira segue semelhante ás áreas deste bioma no Brasil, delimitada pelos estados da época. Em parte o fragmentada atuação do estado na região, foi definida somente com o governo de Getúlio Vargas um certo planejamento regional de “conquista” do estado na área. Foi criado a Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia em 1953 com o objetivo de coordenar planos governamentais. Contudo, há um aprimoramento dessa legislação para regulamentar políticas de soberania territorial e econômica com a criação da Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) em 1966 no âmbito do regime militar. A região, assim, passou a ser reconhecida como Amazônia Legal. Extinta em 2001, foi recriada em 2007, e se adaptou às dinâmicas territoriais. Hoje ocupa cerca de 58% do território nacional, nos estados de MT, MA, PA, TO, AC, RR, AP, AM, RO; e conta com um Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) para seu desenvolvimento.

Imagem 3: Amazônia Legal.(IBGE)

Como é o Bioma Amazônia ?

    Um breve resumo do bioma é lembrar que a região é povoada por uma sociodiversidade e abriga também uma das maiores biodiversidade do mundo, formadas por milênios e em grande parte desconhecidos da ciência. 

O clima em maior parte é o Equatorial úmido (quente e úmido); 

Há grandes bacias hidrográficas, com destaque para a amazônica, a mais volumosa do mundo e 63% no Brasil; 

relevo com planícies e planaltos levemente ondulados, cercados como um anfiteatro; 

Os Solos em grande parte latossolos e argissolos, quimicamente mais ácidos, uma vez que foram "lavados" nos milhões de anos de sua existência. 

E como que comporta uma enorme biodiversidade ? 

A floresta está no clímax e faz uma reciclagem dos nutrientes pelas folhas, frutos, galhos, troncos, animais em decomposição sobre o solo e não do solo (também conhecida como serrapilheira) pelas extensa rede de raízes horizontais. Sua exposição por desmatamento, no entanto, aumenta a erosão superficial, aumenta a compactação por pisoteio de gado e elevam-se suas temperaturas. Fatores conjugados que levam a um maior liberação de dióxido de carbono para atmosfera.

A vegetação é heterogênea, densa, higrófila e ombrófila, latifoliada e perene. Marcada por três tipos de matas característicos: de igapó (molhadas), de várzea (períodos de cheias e secas) e de terra firme (não inunda). Há ainda pequenas campinaras, enclaves de caatingas, cerrados, formações pioneiras com influência fluvial e/ou marinha, refúgios montanos e savanas amazônicas. 

    Um dos problemas ao frágil equilíbrio amazônico nos últimos tempos é o desmatamento. Normalmente, ocasionada pela atuação de madeireiros, grileiros, agropecuaristas que colocam abaixo a floresta sem qualquer preocupação com as dinâmicas naturais, sua biodiversidade ou um uso sustentável da floresta. Estima-se que 20%  desse bioma foi alterado a partir da década de 1970. Na Amazônia brasileira avança o chamado arco e flecha do desmatamento, observe uma representação dessa trágica evolução abaixo:

Vídeo: Alterações no bioma Amazônia no Brasil de 1985 a 2018.(Mapbiomas, 2020)

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O que você pode fazer para ajudar a preservar a floresta amazônica ?

E, para você pesquisar, é o Bioma Amazônia o pulmão do mundo

Faça sua pesquisa, deixe seu comentário abaixo.

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EsPCEx 2020 - Questão 24)

A questão aborda o Bioma Amazônia, maior floresta tropical contínua do mundo e em maior parte no território brasileiro.

Incorretas:

I – O bioma está localizado em nove estados brasileiros: Acre (AC), Amazonas (AM), Amapá (AP), Maranhão (MA), Mato Grasso (MT), Pará (PA), Rondônia (RO), Roraima (RR) e Tocantins (TO). Não abrange, portanto, o estado de Mato Grosso do Sul (MS), como afirma a alternativa.

III – Os solos da exuberante floresta amazônica são, em maioria, ácidos. Possuem idade geológica avançada e foram quimicamente lavados, exceto no sopé dos Andes. Razão pela qual seu desmatamento é também nocivo para o empobrecimento dos solos. A vegetação, por outro lado, realiza uma alta reciclagem dos nutrientes de folhas, frutos e animais sobre o solo e não do solo. 

Gabarito: D


Saiba mais: https://youtu.be/QOQ_k9BtPKA


Fonte: ACIESP. Glossário de Ecologia. São Paulo:CNDCT/ FAPESP: Secretaria da Ciência e Tecnologia, 1987.

Biomas brasileiros. IBGE educa jovens. Disponível em:< https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/territorio/18307-biomas-brasileiros.html> Acesso dia 08 nov. 2020.

FILHO, J. M. Livro de ouro da Amazônia.5ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.

Geociências. IBGE atualiza mapa da Amazônia Legal. Agência IBGE. 29 jun. 2020. Disponível em:<https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/28089-ibge-atualiza-mapa-da-amazonia-legal>. Acesso dia 06 nov. 2020.

Mapbiomas, 2020.Disponpivel em:<https://mapbiomas.org/>. Acesso dia 08 nov. 2020.



quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Geopolítica na América do Sul segundo Mário Travassos

Qual a geopolítica do Brasil na América do Sul ? 

    Existem algumas geopolíticas na América do Sul, veremos a instrumentalização do espaço geográfico pelo Estado-nação ou a geopolítica brasileira pensada pelo Capitão do Exército Brasileiro, Mário Travassos, na obra: "Projeção Continental do Brasil" (1935). Obra muito desenhada na América do Sul ultimamente e assunto abordado na prova da EsPCEx 2020.

    Vale recordar nessa livro algumas referências geopolíticas. Primeiro, ele traz o pensamentos do geógrafo alemão Friedrich Ratzel (1844 – 1904) no que concerne a importância fisiográfica e antropogeográfica na organização determinante do território com redes de comunicação e transportes. Ainda traz referências ao geógrafo e diplomata inglês Halford Mackinder (1861-1947) no conceito de Heartland (“coração da terra”) em relação ao poder marítimo britânico e o poder terrestre que observava no domínio estratégico do centro euroasiático.

    Resumidamente a obra aplica um Heartland sul-americano localizado no centro geoestratégico boliviano. É o local entre os Andes, a bacia platina e a amazônica. Diz que a relação do Brasil com a América do Sul é indissociável, está caracterizada por antagonismos geográficos regionalizados entre o Pacífico/Andes e o Atlântico; e este, por sua vez, dividido entre a Bacia do Prata e a Bacia Amazônica. Na região pacífico/andina houve um isolamento marítimo relativo, produção e comunicação com característica montanhosa, uma mentalidade mineira e tendências estáticas; enquanto na região atlântica, existiram mais contatos com outras civilizações pelo mar, uma mentalidade agrícola desenvolvida e relações sociais mais dinâmicas constituídas.

Heartland da América do Sul segundo Travassos (Imagem: autor)

    O Brasil, por sua vez, deveria ficar alerta com o expansão da rede ferroviária argentina da bacia platina até o altiplano e planícies bolivianas, numa possível restauração do vice-reinado do Rio da Prata. Para evitar isso, deveria fazer uma articulação dos recursos centrais do Heartland em ligações longitudinais até a Bolívia e ao Paraguai. Coisas que foram concretizadas em meados do século XX em diante por rodovias e ferrovias, a capital no interior (Brasília), pela Usina Hidrelétricas de Itaipu (70) e o Gasoduto Brasil-Bolívia (90).

    Nesse sentido, o Brasil segundo Travassos é um hegemon benevolente nas forças dissonantes no sul-atlântico. E deveria buscar caminhos para integrar o Centro-Oeste por possíveis influências yankee (Bacia do Madalena - COL e Fordlândia – AM/BRA) e argentina nos pontos de instabilidades a noroeste sul-americano e no Uruguai. Deveria construir ligações longitudinais, verdadeiras soldaduras artificiais do porto de Santos, rede paulista a ferrovia Noroeste ou por hidrovias da bacia amazônica.

Fonte: ALBUQUERQUE, E. S. de. 80 anos da obra projeção continental do Brasil, de Mário Travassos. Revista do Departamento de Geografia. v.29, p.59-78, 2015.

BECKER, B. A geopolítica na virada do milênio: logística e desenvolvimento sustentável. In: CASTRO, I, et all (orgs). Geografia: conceitos e temas. 2ªed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.

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EsPCEx 2020

32) Gabarito: E

Todas as alternativas estão corretas.

(Fonte: Autor)


Por: CYPRIANO, K.M.P. Geopolítica na América do Sul segundo Mário Travassos. 2020