sábado, 19 de setembro de 2020

Climas do Brasil

Primeiro passo é identificarmos o que é clima. 


Como está o clima aí onde você mora ?

O clima tá pesado ? Perigoso ?

O clima é um dia chuvoso apenas?


Não estamos falando do clima do ambiente social que vive nem do estado momentâneo da atmosfera (tempo). O clima que estamos falando refere-se a verificações contínuas de características atmosféricas. Com um recorte de 30 anos de dados, tais como: temperatura, chuvas e umidade da atmosfera, podemos designar padrões climáticos. 


Há diferentes formas de classificar o clima. E enquanto não é feita uma brasileira, destacam-se duas mais famosas. Temos a de Koppën (pioneira, é mais específica e utilizada pelo IBGE) e a de Strahler (baseada na dinâmica atmosférica, massas de ar e precipitações e mais comum nas provas brasileiras).


Então é desta última que mastigaremos os climas no Brasil. Pega a visão: 


Sabemos que o território brasileiro está localizado em cerca de 92%  na região intertropical. Isto é: de Norte ao Sul atravessa a linha do latitudinal que recebe mais raios solares (L. Equador), ultrapassa o Trópico de Capricórnio, até o Rio Grande do Sul encontrar o Uruguai. 


Assim sendo, o Brasil vai receber a influência das massas de ar próximas dessas regiões. Vale lembrar que são cinco (mPa, mTa, mTc, mEa, mEc) grandes massas de ar (porções da atm carregadas dos atributos de onde são formadas) que atuam no território brasileiro. Além dos fatores climáticos, temos dessa combinação sete climas brasileiros, conforme Strahler. Somadas contribuições, são eles:

(Fonte: autor com base em Strahler)

1 - Equatorial úmido: próximo a Linha do Equador, com predomínio da mEc no verão, e ainda da mEa, está praticamente na área da Floresta Amazônica. Temos aqui uma temperatura constantemente alta e elevados índices de chuva e umidade. Em laranja no mapa - Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia, parte do Pará, Maranhão, Roraima e Mato Grosso).


2 - Equatorial semiúmido: variação das massas de ar do clima Equatorial úmido em virtude das modificações do relevo(planalto das guianas). Ocorre por isso um menor volume de chuvas. Em vermelho no mapa - parte de Roraima e Pará.


3 - Tropical: ocupa todo o planalto central estendendo-se a SE e NE do território. Há  um predomínio da mTc entre abril e setembro (período de estiagem - seco) e atuação da mEc e mTa levando umidade a essas regiões. Temos assim um temperatura quente, com duas estações bem definida entre seca e mais úmida.

Em azul claro do mapa - Goiás, Tocantins, Brasília, parte do Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais.


4 - Tropical de altitude: variação do clima tropical com interferência dos planaltos centrais e as serras do SE (serras Mar e Mantiqueira). As médias térmicas serão mais amenas pelo fator da altitude (abaixo dos 18°C). Em azul escuro no mapa - parte do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul.


5 - Tropical litorâneo: também é uma variação do clima tropical por causa da maritimidade e da mTa ao longo da faixa atlântica do litoral brasileiro. Assim há uma elevação das temperaturas e uma maior umidade. As chuvas ficam intensas de março a agosto no NE e de dezembro a março no SE. Em rosa no mapa, ocorre do litoral de Rio Grande do Norte ao de São Paulo.


6 - Subtropical: ao sul do Trópico de Capricórnio, em parte planalto meridional, praticamente na região sul brasileira temos um clima de predomínio da mPa. Ocorre aqui mais frentes frias, que provocam chuvas constantes, baixas temperaturas. Possui um verão suave e durante o inverno podemos observar geadas e precipitações de neve.


7 - Semiárido: localizado praticamente no chamado polígono das secas, conhecido como sertão nordestino, caracteriza-se pela escassez de chuva. A mTa, mEa não conseguem atuar na região. Somente chuvas bem sazonais(irregulares) ocorrem na região e, por vezes, não ocorrem. Com isso, as médias térmicas serão elevadas, o ambiente será mais seco e haverá também um alta amplitude térmica no local. 


São esses nossos climas segundo o Strahler. Lembrando que os climas podem variar conforme as mudanças climáticas forem mitigadas ou alterações alterações persistirem. 


 Fonte: CYPRIANO, K.M.P.

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

O Ciclo das Rochas

As rochas são agregados consolidados de minerais (átomos microscópicos organizados, homogêneos, inorgânicos, cristalizados → sólidos simétricos) oriundos de diversos processos da dinâmica terrestre. Elas estão em constantes transformações, tanto interna quanto externamente acompanham a dinâmica da natureza da Terra. É como nos lembra o químico A. Lavoisier: "na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma", assim também ocorre com esses elementos mais duros da natureza, as rochas. Em variantes temporais de milhares de anos ou em curtas atividades tectônicas, vulcânicas, temos o ciclo das rochas.


Apesar disso tudo, vamos com calma ! São bem simples. Você, provavelmente, já esteve em contato com algumas dessas rochas comuns em muitas residências. 


Existem três principais tipos:


  1. As rochas ígneas ou magmáticas

Onde tudo começou em relação às rochas e de onde, em grande parte, outras derivam. São as rochas oriundas do fogo (ignis) ou do material magmático extravasado do interior da Terra. Quando chegam na superfície, logo esfriam, formando um tipo de rocha - no caso, basáltica. Ou ainda podem esfriar mais lentamente no interior da crosta terrestre (continental ou oceânica) formando os granitos (uma rocha ígnea intrusiva). 


Então, elas podem seguir dois caminhos no ciclo, ou se transformar em rochas metamórficas ou sedimentares.


Para as rochas metamórficas, elas sofrem um processo chamado de metamorfismo. 

Fácil, não? Bem, nem tanto assim! Vamos lá:

O processo de metamorfismo é a mudança externa ou interna na crosta terrestre de rochas submetidas a pressão e temperatura  diferentes do seu estado de formação. Geram com isso outras rochas a partir do rocha matriz (protolito). Mudam nesse processo de estrutura e textura.

Enquanto que para as rochas sedimentares ocorrem alguns processos a mais, até possivelmente gerar uma nova rocha. Das rochas ígneas até às sedimentares ocorrem o Intemperismo - desagregação da rocha, Erosão - agentes do movimento dos detritos, Transporte - meios como água, gelo, vento que encaminham a erosão, Deposição  - assentamento dos grãos, Diagênese - mudança em adaptação a novas condições físicas e químicas, e Litificação - consolidação da rocha.


  1. As rochas metamórficas

Estas são oriundas do processo de metamorfismo acima descrito. Podem vir de rochas ígneas, sedimentares ou mesmo de outras metamórficas. Elas mudam quando é alterado as condições físicas e químicas de sua origem, sendo menos densas que as ígneas e mais que as sedimentares. Normalmente, explicam eventos tectônicas do passado. 

Como exemplo, temos o mármore ou a árdosia (é aquela rocha cinza presente em muitos quintais ou calçadas no SE brasileiro).

No ciclo podem ser transformadas em sedimentares por meio dos mesmos processos (I, E, T, D, D, L) descritos nas Ígneas. Ou ainda podem ser refundidas em magmas, processo denominada anatexia. Assim, os elementos reconfiguram em outra rocha ígnea mais tarde a partir dos constantes movimentos das placas tectônicas vivenciados.


  1. As rochas sedimentares

Por fim e não menos importante, temos as rochas formadas a partir de pequeníssimos fragmentos ou pedaços maiores de rochas. As rochas sedimentares podem estar separadas (clásticos) como na areia de praias ou nas lamas dos manguezais, em suspensão atmosférica (nas nuvens) ou, enfim, litificadas (consolidadas em rocha).

Elas são os produtos na superfície terrestre do desgaste de qualquer outra rocha, inclusive de outras sedimentares. E pelo processo de metamorfismo, podem ser transformadas em rochas metamórficas. Passam pelos processos acima descritos de I, E, T, D, D, L.

Formam cerca de 75% da exposição superficial rochosa da Terra, embora não sejam a maior em quantidades totais (apenas 5%).

Contêm normalmente matérias de origem orgânica (restos de vegetais, animais). Estes geram intenso interesse econômico atualmente, sobretudo por causa do petróleo, gás natural e carvão mineral contidos nos locais de deposição dos sedimentos, chamados de bacias sedimentares. Vale destacar também que são os locais onde são encontrados os fósseis, os vestígios de seres vivos que servem para compreender a origem e a evolução da vida.

Como exemplo do tipo sedimentar, temos o arenito e o calcário. Destacam-se por serem mais porosas do que as demais rochas, assim como menos resistentes.

(Resumo esquemático do autor)

Eis portanto o ciclo existente há muito anos. Por vezes imperceptível ao olhar existencial humano, mas comum na evolução geológica das crostas da Terra.

(Fonte: CYPRIANO, K.M.P., 2020)