Primeiro passo é identificarmos o que é clima.
Como está o clima aí onde você mora ?
O clima tá pesado ? Perigoso ?
O clima é um dia chuvoso apenas?
Não estamos falando do clima do ambiente social que vive nem do estado momentâneo da atmosfera (tempo). O clima que estamos falando refere-se a verificações contínuas de características atmosféricas. Com um recorte de 30 anos de dados, tais como: temperatura, chuvas e umidade da atmosfera, podemos designar padrões climáticos.
Há diferentes formas de classificar o clima. E enquanto não é feita uma brasileira, destacam-se duas mais famosas. Temos a de Koppën (pioneira, é mais específica e utilizada pelo IBGE) e a de Strahler (baseada na dinâmica atmosférica, massas de ar e precipitações e mais comum nas provas brasileiras).
Então é desta última que mastigaremos os climas no Brasil. Pega a visão:
Sabemos que o território brasileiro está localizado em cerca de 92% na região intertropical. Isto é: de Norte ao Sul atravessa a linha do latitudinal que recebe mais raios solares (L. Equador), ultrapassa o Trópico de Capricórnio, até o Rio Grande do Sul encontrar o Uruguai.
Assim sendo, o Brasil vai receber a influência das massas de ar próximas dessas regiões. Vale lembrar que são cinco (mPa, mTa, mTc, mEa, mEc) grandes massas de ar (porções da atm carregadas dos atributos de onde são formadas) que atuam no território brasileiro. Além dos fatores climáticos, temos dessa combinação sete climas brasileiros, conforme Strahler. Somadas contribuições, são eles:
1 - Equatorial úmido: próximo a Linha do Equador, com predomínio da mEc no verão, e ainda da mEa, está praticamente na área da Floresta Amazônica. Temos aqui uma temperatura constantemente alta e elevados índices de chuva e umidade. Em laranja no mapa - Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia, parte do Pará, Maranhão, Roraima e Mato Grosso).
2 - Equatorial semiúmido: variação das massas de ar do clima Equatorial úmido em virtude das modificações do relevo(planalto das guianas). Ocorre por isso um menor volume de chuvas. Em vermelho no mapa - parte de Roraima e Pará.
3 - Tropical: ocupa todo o planalto central estendendo-se a SE e NE do território. Há um predomínio da mTc entre abril e setembro (período de estiagem - seco) e atuação da mEc e mTa levando umidade a essas regiões. Temos assim um temperatura quente, com duas estações bem definida entre seca e mais úmida.
Em azul claro do mapa - Goiás, Tocantins, Brasília, parte do Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais.
4 - Tropical de altitude: variação do clima tropical com interferência dos planaltos centrais e as serras do SE (serras Mar e Mantiqueira). As médias térmicas serão mais amenas pelo fator da altitude (abaixo dos 18°C). Em azul escuro no mapa - parte do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul.
5 - Tropical litorâneo: também é uma variação do clima tropical por causa da maritimidade e da mTa ao longo da faixa atlântica do litoral brasileiro. Assim há uma elevação das temperaturas e uma maior umidade. As chuvas ficam intensas de março a agosto no NE e de dezembro a março no SE. Em rosa no mapa, ocorre do litoral de Rio Grande do Norte ao de São Paulo.
6 - Subtropical: ao sul do Trópico de Capricórnio, em parte planalto meridional, praticamente na região sul brasileira temos um clima de predomínio da mPa. Ocorre aqui mais frentes frias, que provocam chuvas constantes, baixas temperaturas. Possui um verão suave e durante o inverno podemos observar geadas e precipitações de neve.
7 - Semiárido: localizado praticamente no chamado polígono das secas, conhecido como sertão nordestino, caracteriza-se pela escassez de chuva. A mTa, mEa não conseguem atuar na região. Somente chuvas bem sazonais(irregulares) ocorrem na região e, por vezes, não ocorrem. Com isso, as médias térmicas serão elevadas, o ambiente será mais seco e haverá também um alta amplitude térmica no local.
São esses nossos climas segundo o Strahler. Lembrando que os climas podem variar conforme as mudanças climáticas forem mitigadas ou alterações alterações persistirem.
Fonte: CYPRIANO, K.M.P.