sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Malthus e o novo coronavírus

Para conter o crescimento acelerado populacional, a 'divina providência' estabeleceu vícios, guerras, catástrofes naturais para acompanhar o ritmo de subsistência alimentar dos países. Assim o economista e religioso, Thomas R. Malthus, no século XIII, presumia o equilíbrio das nações entre a produção de alimentos e crescimento populacional em seu famoso "Ensaio sobre a população".

Um dos pioneiros na sistemática populacional, ele reiteradamente colocou que para crescer a população de determinado país era preciso dos meios de subsistência para tal, era preciso obter uma alta produção sobretudo agrícola. Caminha bem seu livro até aí, não fossem os argumentos proferidos do alto das torres de marfim, poderia ser ainda um best-seller. Continuando, mesmo assim, argumenta que desejaria que os países que não tivessem os meios necessários de existência, estivessem sujeitos a epidemias periódicas para que a população pudesse se ajustar mais adequadamente à produção média. Seria uma clarividência do mais novo "produto" made in Chine, o novo coronavírus?
Ter surgido em dezembro de 2019 na China deve ser motivo de alegria para o anglicano, quer onde esteja, pois em sua época, por mais que considerasse a fertilidade dos chineses os recriminava por vender seus próprios filhos. Com isso será o crescimento populacional chinês, o mais populoso, incompatível com as tecnologias atuais que colocam a teoria malthusiana novamente em volga? Apesar do neomalthusianismo já ter sido aplicado durante a política do filho único, seria a vez da teoria posta totalmente ?

A Teoria Malthusiana revela, levando em conta a sociedade norte-americana à época, que a produção de alimentos cresceria em proporção aritmética(1,2,3,4,5,6,...) enquanto o crescimento populacional em geométrica (1,2,4,8,16,32,...). Assim levando à superpopulação que padeceria por escassez de comida, sobretudo os mais pobres. Nesta linha ele advoga que era necessários alguns freios morais e naturais para reduzir a expansão populacional. Novamente, vale lembrar, se esqueceu das melhorias técnicas, culturas distintas e das displicências individuais que nos colocam hoje em outros patamares. Apesar disso, o risco de uma, agora no século XXI, pandemia do coronavírus recolocam um Malthus globalizado no debate. Por quê?

Pode ser um fator positivo para o bom desenvolvendo econômico chinês a crise começada em Wuhan? Certamente já há perdas econômicas para empresas que lucravam com os baixos produtos, equipamentos chineses. Aos poucos trabalhadores vão sendo forçados a tirar férias coletivas como o caso da LG de Taubaté-SP por desabastecimento de peças. Portanto, certamente, não está sendo bom economicamente. Se continuar, poderá haver mais perdas trabalhistas em países parceiros. Um largo espirro contaminante. Porém será bom para um crescimento sustentado da China em longo prazo?

Longe de afirmar que seria coisa proposital do Partido Comunista Chinês, o novo vírus pode equilibrar o crescimento Chinês numa proporção de subsistência como afirmava ser necessário Malthus. Surge mais um alerta global e um desenvolvimento mais sustentado para a China. Uma boa saída para o crescimento superacelerado das últimas décadas. Eis o encontro improvável do dragão asiático e a teoria fênix em 2020.